sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,

Não respondas

Às urgentes perguntas

Que te fiz.

Deixa-me ser feliz

Assim, Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer, enquanto

O nosso amor Durou.

Mas o tempo passou,

Há calmaria... Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria Matar a sede com água salgada.


Miguel Torga

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